A Hierarquia dos Céus: O que Enoque Viu em Sua Viagem Celestial

A princípio, o Livro de Enoque é um dos textos apócrifos mais fascinantes e enigmáticos do antigo judaísmo. Embora não faça parte do cânon bíblico tradicional, este livro oferece uma visão profunda e complexa sobre a cosmologia e a hierarquia celestial. Escrito provavelmente entre os séculos III a.C. e I d.C., o Livro de Enoque é atribuído ao patriarca Enoque, o sétimo na linha de descendência de Adão, levado ao céu sem experimentar a morte.

Introdução a Hierarquia

Conforme neste livro, Enoque descreve em detalhes as suas viagens pelos dez céus, guiado por anjos. Cada céu possui suas próprias características, habitantes e funções. Estas descrições não apenas ampliam nossa compreensão sobre a cosmologia judaica antiga, mas também nos oferecem uma janela para as crenças e imaginários da época. A jornada de Enoque pelos céus é uma narrativa rica e cativante, repleta de simbolismos e ensinamentos que continuam a intrigar estudiosos e entusiastas até hoje.

O Primeiro Céu

Só para ilustrar o primeiro céu é onde Enoque começa sua viagem celestial. Visto que este céu é descrito como um local de intensa luz e é habitado por anjos que observam os acontecimentos na Terra. Seja como for, é um lugar de vigilância e supervisão, onde os anjos registram os atos dos homens. Já que a presença desses anjos vigilantes sugere um nível de responsabilidade e prestação de contas que é mantido entre o céu e a Terra.

O Segundo Céu

No segundo céu, enoque encontra anjos caídos, seres banidos do céu por sua rebeldia. Este é um lugar de escuridão e tristeza, um contraste marcante com o brilho do primeiro céu. Aqui, os anjos caídos aguardam seu julgamento final. A descrição deste céu sublinha a temática de punição e justiça divina presente no Livro de Enoque.

O Terceiro Céu A Hierarquia

O terceiro céu é um local de esplendor e paz, onde Enoque vê o paraíso. Este é o jardim do Éden, um lugar de repouso e deleite para os justos e os santos. Frutas exuberantes e árvores de vida são abundantes, simbolizando a recompensa eterna para aqueles que seguem os caminhos divinos. Este céu representa a esperança e a promessa de vida eterna para os fiéis.

O Quarto Céu

No quarto céu, enoque observa os corpos celestes – o sol, a lua e as estrelas. Este céu é governado por anjos que administram os movimentos dos astros e o ciclo do tempo. A presença desses corpos celestes e seus guardiões reforça a ideia de ordem e harmonia no universo, onde cada elemento tem um propósito e uma função estabelecidos por Deus.

O Quinto Céu

O quinto céu é o lar dos Grigori, os anjos que guardavam os homens antes de se rebelarem. Aqui, Enoque encontra esses gigantes aprisionados, chorando e lamentando suas transgressões. Este céu serve como um lembrete da queda dos anjos e da severidade da justiça divina. A visão de Enoque enfatiza a importância da obediência e da fidelidade a Deus.

O Sexto Céu

No sexto céu, enoque encontra anjos que governam os ciclos do tempo e as estações. Estes anjos são responsáveis por assegurar que o universo mantenha seu equilíbrio e funcionamento adequado. Eles registram os eventos naturais e divinos, garantindo que tudo ocorra segundo o plano divino. Este céu destaca a meticulosa administração celestial sobre o cosmos.

O Sétimo Céu

O sétimo céu é um lugar de grande esplendor, onde Enoque vê o Senhor sentado em Seu trono de glória. Este céu é o mais próximo da presença de Deus, repleto de anjos cantando louvores incessantes. A visão de Enoque do sétimo céu é uma visão de majestade e santidade incomparáveis, que transmite a grandiosidade e a pureza do Criador.

O Oitavo Céu

No oitavo céu, enoque encontra o Zodíaco e outras constelações. Este céu é um domínio de astros e estrelas que influenciam os eventos na Terra. A descrição deste céu reflete uma antiga crença na influência celestial sobre o destino humano, uma interconexão entre o cosmos e a vida terrestre.

O Nono Céu a Hierarquia

O nono céu é o lugar onde as influências celestes são governadas. Embora aqui, Enoque observa anjos administrando os movimentos planetários e suas energias. Este céu reforça a ideia de um universo organizado e controlado por entidades divinas, onde cada fenômeno celeste tem um propósito e uma razão.

O Décimo Céu

Certamente, o décimo céu é a morada de Deus. Embora, Enoque é levado à presença direta do Criador. Inegavelmente, este céu é um lugar de luz inacessível e glória eterna, onde a sabedoria e o poder de Deus são manifestos em sua plenitude. Portanto, a jornada de Enoque culmina neste céu, simbolizando a união final com o divino e o alcance do entendimento supremo.

Conclusão: A Hierarquia

Em conclusão, a viagem de Enoque pelos dez céus é uma narrativa fascinante que nos oferece uma visão rica e detalhada da cosmologia judaica antiga. Assim, cada céu, com suas características únicas e habitantes específicos, contribui para uma compreensão mais profunda da estrutura e da ordem do universo segundo as crenças antigas. Esta jornada não é apenas uma exploração dos reinos celestiais, mas também uma reflexão sobre temas como justiça, obediência e esperança. Por fim, o Livro de Enoque continua a ser uma fonte inesgotável de mistérios e ensinamentos, convidando-nos a olhar para além do visível e a contemplar os vastos horizontes do divino.


Por meio deste artigo, esperamos ter despertado a sua curiosidade e interesse sobre os 10 céus do Livro de Enoque, um texto que, apesar de seu caráter apócrifo, permanece relevante e inspirador até hoje.